DEPOIS DE TER INICIADO EM 2013 O MEU PÉRIPLO PELAS ANTIGAS VIAS FÉRREAS, EM 2014 DEI CONTINUIDADE A ESSE PROPÓSITO E DESTA VEZ, FORAM PERCORRIDAS AS ANTIGAS LINHAS DO VOUGA - RAMAL DE VISEU E A LINHA DO DÃO.
COMO NAS AVENTURAS ANTERIORES, ESTA, ERA MAIS UMA INCURSÃO PELO DESCONHECIDO E MAIS UMA VEZ A SOLO E EM AUTONOMIA.
APESAR DE DESTA VEZ SÓ PODER PERCORRER 2 LINHAS DE UMA ASSENTADA,TINHA SOMENTE DOIS DIAS PARA AS PERCORRER. DOIS DIAS CHEGAM PERFEITAMENTE MAS, DEVIDO À SITUAÇÃO DE TER DE APANHAR COMBOIOS E FAZER "TRANSFERES" POR ESTRADA, TORNAVA-SE POUCO OS DOIS DIAS. MAS, ERA O QUE TINHA E TINHA-OS DE OS APROVEITAR MUITO BEM. O PLANO ERA SIMPLES MAS O MESMO, ENCARAVA ALGUMAS DIFICULDADES DEVIDO ÀS DESLOCAÇÕES E HORÁRIOS DOS COMBOIOS UMA VEZ QUE ESTES, AINDA APRESENTAM LIMITAÇÕES PARA TRANSPORTAR AS BICICLETAS. À IMAGEM DO PÉRIPLO I, TIVE NOVAMENTE NECESSIDADE DE DESMONTAR E MONTAR A BICICLETA MAIS DO QUE UMA VEZ.
DEPOIS DE ALGUMA GINÁSTICA PARA ENCONTRAR SOLUÇÕES QUE ME PUDESSEM DAR GARANTIA DE NÃO FICAR MAL E PENDURADO NUMA ESTAÇÃO DE COMBOIO, ELABOREI O PLANO DA SEGUINTE FORMA: APANHAR O COMBOIO EM BRAGA ATÉ ESTARREJA. EM ESTARREJA, SEGUIRIA POR ESTRADA ATÉ SERNADA DO VOUGA. INICIALMENTE TINHA PENSADO APANHAR O VOUGUINHA EM ESPINHO OU AVEIRO PARA SERNADA MAS O TEMPO DE VIAGEM ERA ENORME E PERDERIA ASSIM MUITO TEMPO. DEPOIS DE CHEGAR A SERNADA DO VOUGA, SERIA APANHAR O RASTO DA ANTIGA LINHA ATÉ VISEU. NO ENTANTO NESTA FASE, PROPUS DUAS SITUAÇÕES. PRIMEIRA SERIA FICAR A PRIMEIRA NOITE NAS TERMAS DE SÃO PEDRO DO SUL. A SEGUNDA, SERIA PASSAR A NOITE EM VISEU CASO CHEGASSE CEDO A TERMAS DE SÃO PEDRO DO SUL. O SEGUNDO DIA, SERIA PARA PERCORRER A LINHA DO DÃO ATÉ STª COMBA DÃO E CHEGADO AQUI, TERIA NOVAMENTE DUAS SITUAÇÕES PARA SEGUIR. A PRIMEIRA SERIA APANHAR O COMBOIO ATÉ À MEALHADA. A SEGUNDA SERIA NO CASO DE NÃO PODER SEGUIR DE COMBOIO, SEGUIRIA POR ESTRADA ATÉ À MEALHADA. SERIAM CERCA DE 40 KMS A PEDALAR SUBINDO A SERRA DO LUSO. CHEGADO À MEALHADA APENAS TERIA DE APANHAR O COMBOIO ATÉ BRAGA.
O PLANO ERA ESTE. APESAR DE TER SIDO COMPRIDO, FOI EXECUTADO COM ALGUMAS DIFERENÇAS. ASSIM SENDO, O MESMO FOI ASSIM EXECUTADO: APANHEI BOLEIA DE CARRO COM O MEU PADRINHO MÁRIO ATÉ VILA NOVA DE GAIA, ONDE APANHEI O COMBOIO ATÉ ESTARREJA. AQUI SEGUI POR ESTRADA ATÉ SERNADA ONDE INICIEI A O PERCURSO DA LINHA DESATIVADA ATÉ VISEU ONDE PASSEI A NOITE. PARA O SEGUNDO DIA, O PLANO SEGUIU O SEU CURSO DESENHADO E EM STª COMBA DÃO, TIVE MESMO SEGUIR DE BICICLETA ATÉ À MEALHADA. FORAM 40 KMS SOB UM CALOR TÓRRIDO E UM EMPENHO DIABÓLICO POIS NÃO FOI SIMPLES TREPAR A SERRA DO LUSO. NO ENTANTO, FIZ O PERCURSO EM 2 HORAS. NUM BOM TEMPO PORTANTO :) NO ENTANTO, POR CAUSA DO EMPREGADO DA ESTAÇÃO, PERDI O COMBOIO POR ESCASSOS 10/12 SEGUNDOS. ESPEREI MAIS UMA HORA E APANHEI O COMBOIO ATÉ AVEIRO ONDE DEPOIS, VOLTEI A TER A BOLEIA DO MEU PADRINHO.
APESAR DAS ALTERAÇÕES NO TERRENO O PLANO FOI COMPRIDO :)
O DIA ACORDOU FROUXO, A PERSPETIVA DE CHUVA ERA ALGUMA MAS, O SOL TAMBÉM ERA PREVISTO. MESMO ASSIM E JÁ COM A BIKE DEVIDAMENTE EMBALADA E DENTRO DA MALA DO CARRO, FIZ-ME AO CAMINHO PARA APANHAR A BOLEIA DO MEU PADRINHO ATÉ VILA NOVA DE GAIA.
CHEGADO A VILA NOVA DE GAIA, NADA DEMAIS. COMPREI BILHETE E MEIA HORA DEPOIS ENTRAVA NO COMBOIO ATÉ ESTARREJA. ATÉ AQUI NADA DEMAIS, O TEMPO CORRIA DE FEIÇÃO. CHEGADO A ESTARREJA A AVENTURA COMEÇA. TOCA A MONTAR A BIKE, COLOCAR ALFORGES E ZARPEI ATÉ SERNADA DO VOUGA VIA, ALBERGARIA A VELHA.
AO PASSAR ALBERGARIA, TIVE A PRIMEIRA INCIDÊNCIA DO DIA. QUANDO PAREI NA PONTE SOBRE A LINHA DO VOUGA AINDA EM ATIVIDADE ENTRE ESPINHO E SERNADA, PAREI PARA TIRAR UMAS FOTOS. QUANDO ARRANQUEI, TIVE LOGO QUE VOLTAR PARA TRÁS PORQUE UM CÃO COM UM PORTE ASSINÁVEL, LADRAVA INCESSANTEMENTE E SALTOU A CERCA EM MINHA DIREÇÃO. FORAM OS PRIMEIROS WATTS DE POTÊNCIA GASTOS SEM GRANDE PROVEITO. MUITO PELO CONTRÁRIO. POIS TIVE DE IR DAR UMA VOLTA MUITO MAIOR, POR MACINHATA DO VOUGA PARA CHEGAR ATÉ SERNADA QUE ESTAVA LOGO ALI AO "VIRAR DA ESQUINA" DEPOIS DA PONTE ONDE ESTAVA.
A CHEGADA A SERNADA DO VOUGA É COMOVENTE PORQUE COMEÇA-SE A VISLUMBRAR A LINHA QUE AINDA VAI DANDO VIDA AO VOUGUINHA. A ENTRADA EM SERNADA É FENOMENAL. ATRAVESSO O RIO VOUGA PELA PONTE FERROVIÁRIA "MISTA" DÁ PARA AUTOMÓVEIS E COMBOIOS. À MEDIDA QUE VOU AVANÇANDO, COMEÇO A DEPARAR-ME COM UM VERDADEIRO CEMITÉRIO DE MATERIAL FERROVIÁRIO JUNTO À ESTAÇÃO DE SERNADA DO VOUGA. APESAR DE SER JÁ ALGO TARDE, PARO ALGUNS MINUTOS PARA FOTOGRAFAR LOCO O LOCAL. É TRISTE VER AS AUTOMOTORAS ALLAN A DEGRADAREM-SE A OLHOS VISTOS, AS INSTALAÇÕES DE PESSOAL A CAIR DE VELHO E UMA ÁREA CIRCUNDANTE TOTALMENTE FALECIDA. NO ENTANTO, AINDA DEU TEMPO PARA ASSISTIR À CHEGADA DO VOUGUINHA. A NOSTALGIA É ENORME MAS O TEMPO NÃO PERDOA E É HORA DE INICIAR A VERDADEIRA AVENTURA PELA DESATIVADA LINHA DO VOUGA.
QUANDO JÁ ESTAVA "DENTRO" DO ANTIGO PERCURSO E JUNTO AO LOCAL DO ANTIGO APEADEIRO DE CARVOEIRO, A PRIMEIRA GRANDE CONTRARIEDADE DO DIA ACONTECEU. TIVE DE MUDAR A CÂMARA DE AR. TOCA A DESMONTAR ALFORGE E TUDO O RESTO. SERIA MAIS TEMPO PERDIDO. COMEÇAVA A ACHAR QUE NÃO CHEGARIA A VISEU. A CÂMARA QUE TINHA NÃO ERA MTO ROBUSTA POIS MESMO CHEIA, O PNEU BAIXAVA. MESMO C UMA NOVA CÂMARA, NUNCA CONSEGUI COLOCAR MUITO AR. SERIA PROBLEMA DA BOMBA? OU SIMPLESMENTE PESO A MAIS SOBRE OS PNEUS? NÃO SEI. O FACTO É QUE NUNCA PEDALEI À VONTADE DEVIDO A ISSO. E PARECE QUE NÃO, ISTO AFETAVA SEMPRE O PSICOLÓGICO.
NOVAMENTE SOBRE A "LINHA" LÁ FUI EM DIREÇÃO AO MEU DESTINO. DEIXANDO O CARVOEIRO, E JÁ NA FOZ DO RIO MAU ENTREI NA PARTE CONVERTIDA EM ECOPISTA. UM PISO FABULOSO E BEM SINALIZADO. PARECIA UMA AUTO-ESTRADA. O PERCURSO É BONITO E O RIO COMEÇA A FAZER COMPANHIA. DEPOIS DE PASSAR O PRIMEIRO DE MUITOS TÚNEIS DESTA LINHA, CHEGUEI À PONTE FERROVIÁRIA DO POÇO SANTIAGO. TRATA-SE DE UMA ESTRUTURA IMPONENTE E MUITO BEM CONSERVADA. NESTE MOMENTO, ATRAVESSO O RIO VOUGA QUE COMEÇA A ESTAR NO LADO ESQUERDO DA LINHA NO SENTIDO ASCENDENTE EM DIREÇÃO A VISEU.
A LINHA NESTA ALTURA VAI-SE AFASTANDO UM POUCO DO LEITO DO RIO VOUGA. AS POPULAÇÕES ENCRAVADAS NA MESMA, VÃO FAZENDO COMPANHIA EM QUE AS MEMÓRIAS SÃO MUITAS. MEMÓRIAS FÍSICAS, SÓ MESMO OS TÚNEIS, AS PONTES E ALGUMAS ESTAÇÕES E MUITO POUCOS APEADEIROS.
EM CEDRIM, A PAVIMENTAÇÃO ACABA E COMEÇA O TRILHO EM TERRA. ESPERA-SE QUE A RESTAURAÇÃO DA LINHA E CONVERSÃO EM ECOPISTA ACONTEÇA DEFINITIVAMENTE PORQUE O TRAJETO É ESPETACULAR E A HISTÓRIA DESTA LINHA E DESTE POVO MERECE. A HISTÓRIA NÃO PODE SER ESQUECIDA E ALÉM DE QUE AS VANTAGENS SÃO SEMPRE MUITAS.
O TEMPO VAI PASSANDO E COMEÇO ACHAR QUE TALVÊZ POSSA ACABAR O DIA EM VISEU.
EM PINHEIRO DE LAFÕES, PAREI UNS MINUTOS PARA UM ABASTECIMENTO LÍQUIDO. ESTAVA CALOR APESAR DE SE VER UMA NUVEM AQUI E ALI. ESTAVA BOM PARA PEDALAR E CONHECER. EM OLIVEIRA DE FRADES, SAFEI-ME PORQUE LEVAVA GPS PORQUE OS TRAÇOS DA LINHA, PERDERAM-SE POIS A EVOLUÇÃO DA CONSTRUÇÃO FEZ COM QUE ISSO ACONTECESSE. APANHADO NOVAMENTE O TRILHO, RAPIDAMENTE CHEGO A VOUZELA. VOUZELA, UMA VILA MUITO BONITA, E BEM MODERNIZADA. CONTA COM DUAS MAGNÍFICAS PONTES FERROVIÁRIAS. A PONTE DE VOUZELA E A PONTE SOBRE O RIO ZELA. NA SAÍDA DA MESMA EM DIREÇÃO A VISEU, ESTÁ IMPLANTADA COMO MUSEU AO VIVO UMA ANTIGA LOCOMOTIVA A VAPOR. UM EXCELENTE EXEMPLAR DEVIDAMENTE BEM TRATADO E QUE DÁ UM AR NOSTÁLGICO E AO MESMO TEMPO UMA BELA RECORDAÇÃO DESTAS MÁQUINAS QUE SERVIRAM NESTA LINHA. POR ISSO, FOI PARAGEM OBRIGATÓRIA PARA UMAS FOTOS. POSTO TUDO ISTO, CHEGAR A TERMAS DE SÃO PEDRO DO SUL FOI RÁPIDO. AQUI, TERIA DE DECIDIR SE CONTINUARIA OU NÃO. ERAM CERCA DE 17 HORAS. COMO HAVIA AINDA MUITO DIA PELA FRENTE, AS PERNAS ESTAVAM EM FORMA, A BIKE ESTAVA EM CONDIÇÕES, NÃO ME FIZ ROGADO E LÁ FUI EU PELA LINHA E TODO SATISFEITO DA VIDA ATÉ VISEU. A LINHA CONTINUA A PERCORRER O VALE DO VOUGA E AS POPULAÇÕES IAM-SE SUCEDENDO. ENTRE CAMPOS AGRÍCOLAS, O SOM DO POUCA TERRA...POUCA TERRA...POUCA TERRA... JÁ LÁ ÍA A NOSTALGIA QUE IA SENTINDO ERA ENORME. É DE SALIENTAR QUE APESAR DE TUDO, FORAM ALGUNS OS APEADEIROS E ESTAÇÕES QUE VI REMODELADOS O QUE DE CERTA FORMA, NÃO DEIXA MORRER O SENTIDO DA LINHA. AO CONTRÁRIOS DE OUTRAS INFRAESTRUTURAS QUE SE DESAGREGAM AOS OLHOS DE TODOS E OUTRAS ATÉ JÁ NEM EXISTEM.
HÁ PASSAGEM POR COURACEIRO, O TEMPO COMEÇA A "VIRAR" BRUSCAMENTE. NÃO CHOVE MAS TORNA-SE MAIS VENTOSO E CHEIO DE NUVENS. CHEGADO A MOÇÃMEDES, COMEÇAM A CAIR OS PRIMEIROS PINGOS E GROSSOS. O DIA DESAPARECE LITERALMENTE ESTABELECENDO-SE UM "AR" ESCURO. NESTA ALTURA NÃO ESTAVA MUITO LONGE DE VISEU, CERCA DE 17 kms. SÃO RÁPIDOS DE FECHAR NO ENTANTO, DEVIDO A ESTA MUDANÇA SÚBITA DE TEMPO SOU "OBRIGADO" A FAZER O QUE RESTA PELA ESTRADA. SENTI-ME DESOLADO E COM O PENSAMENTO DE QUE NÃO CUMPRI O MEU OBJETIVO. NO ENTANTO, TENHO DE SER REALISTA E SOBRETUDO PRUDENTE COMIGO MESMO. PARA QUÊ ARRISCAR SE HÁ MAIS DIAS PARA PODER VOLTAR A FAZER A LINHA? DEPOIS DE OBTER UMAS INFORMAÇÕES DE COMO APANHARIA A ESTRADA NACIONAL PARA VISEU, LÁ SEGUI EU AO ENCONTRO DA MESMA, A ESTRADA NACIONAL 16. MESMO ASSIM, NÃO FOI ASSIM FÁCIL CHEGAR A VISEU, POIS ERA SEMPRE A SUBIR E AS FORÇAS COMEÇARAM A DAR SINAIS DE FRAQUEZA E DE CANSAÇO. COM A DOR A SER SUPERADA, LÁ CHEGUEI A VISEU. ENCONTRAR A POUSADA DA JUVENTUDE NÃO FOI TÃO SIMPLES, POIS O GPS COMPLICA SEMPRE E DEPOIS DE ALGUMAS ROTUNDAS E MAIS ROTUNDAS, LÁ DEI COM A DITA POUSADA.
POR UMA QUESTÃO DE CUSTOS E PELO ENQUADRAMENTO QUE DEI A ESTAS AVENTURAS SOB AS ANTIGAS VIAS FÉRREAS, ESCOLHI O QUARTO/CAMA MAIS BARATO. ALOJEI-ME NUM QUARTO DE 4 CAMAS. SORTE A MINHA QUE ERA O ÚNICO "RESIDENTE" DO QUARTO O QUE ME FEZ ESTAR MAIS À VONTADE E O QUE ME PERMITIU UM DESCANSO MELHOR E MAIS...DESCANSADO. DEPOIS DE UM BOM BANHO, FOI ALTURA DE UM BOM JANTAR PARA RETEMPERAR FORÇAS E POR FIM, UMA NOITE LONGA PARA SER BEM DORMIDA.
O DIA FOI MUITO BOM APESAR DE NÃO TER CONCLUÍDO A LINHA. NO ENTANTO, HEI-DE VOLTAR :)
DA WIKIPÉDIA(FONTE), FICA UM POUCO DE HISTÓRIA SOBRE A LINHA DO VOUGA - RAMAL DE VISEU QUE LIGAVA SERNADA DO VOUGA A VISEU
A Linha do Vouga, originalmente conhecida como Linha do Vale do Vouga, e alcunhada de Linha do Vale das Voltas devido ao seu sinuoso traçado, é um troço ferroviário Português, que liga a Linha do Norte, em Espinho, à Linha do Dão, em Viseu, numa extensão de 140 km. Em Sernada do Vouga, entronca com o Ramal de Aveiro, que termina na cidade homónima. A Linha do Vouga foi inaugurada totalmente em 5 de Fevereiro de 1914, enquanto que o Ramal de Aveiro foi inaugurado em 8 de Setembro de 1911 ; o troço entre Sernada do Vouga e Viseu foi encerrado em 1 de Janeiro de 1990.
Actualmente é o único troço de via estreita ainda em funcionamento em Portugal.
Em 1990, o troço de Sernada do Vouga a Viseu, com 79 quilómetros de comprimento, foi encerrado , reduzindo a linha aos cerca de 61 quilómetros entre Espinho e Sernada.
O material circulante utilizado inicialmente na rede ferroviária do Vouga inspirou-se fortemente nos caminhos de ferro franceses, mercê da origem dos empresários originais. Com efeito, entre as primeiras locomotivas utilizadas nesta linha encontram-se 3 máquinas tanque trazidas pelo engenheiro Mercier para auxiliar nas obras, tendo duas ficado para os serviços regulares, e sido integradas na Série E21 a E22 da Companhia dos Caminhos de Ferro Portugueses. O Caminho de Ferro do Vouga também recebeu, entre 1910 e 1913, 7 locomotivas do tipo Mogul, duas fornecidas pela casa Decauville, e 5 pela empresa alemã Orenstein & Koppel, que se tornariam na Série E91 a E97 da CP.5 Outras locomotivas que prestaram serviço nesta linha foram as da Série E201 a E216.10
Material a diesel
Nesta linha circularam as Séries 9300, 970011 12 , 900013 , ME 50, 9400 e 9630; actualmente, apenas as automotoras desta última série circulam nesta linha.
Serviços
Entre 1928 e 1972, circulou um serviço de ambulâncias postais nesta Linha.
Desde cedo que se procurou dotar a região de Viseu de ligações ferroviárias, devido à sua riqueza económica; desta forma, quando estava a ser planeada a Linha da Beira Alta, começou-se a planificar uma ligação entre aquele caminho de ferro e a região a Norte.6
Em 1877, surgiram os primeiros projectos para uma linha ferroviária, já com o nome de Vale do Vouga, desde Estarreja a São Pedro do Sul, passando por Albergaria-a-Velha e Vouzela; este plano foi, no entanto, adiado devido ao difícil relevo da região, tendo o ponto inicial sido mudado, em 1879, para Espinho, que ficava mais próximo da cidade do Porto. Nessa altura, também se previa que fosse construído um ramal para Aveiro, partindo de Sever do Vouga.
Em 1890, Viseu foi ligada à rede ferroviária nacional pela Linha de Santa Comba Dão a Viseu.
Na Década de 1890, surgiu uma crise económica, que levou a uma redução na confiança em relação ao investimento nos caminhos de ferro; esta situação prejudicou as tentativas de arranque de várias empresas neste ramo, incluindo as futuras operadoras das Linhas do Valle do Vouga e do Valle do Lima. Um dos principais motivos para a construção da Linha do Vouga prendia-se com o escoamento da abundante produção agrícola do vale daquele Rio, especialmente para os mercados do Porto, através da ligação directa com a Linha do Norte.
Em 1894, os estudos e os trabalhos de campo para a Linha do Vale do Vouga já tinham sido concluídos , e, em Maio desse ano, Francisco Palha já tinha entregue ao governo, para ser apreciado, o ante-projecto do troço entre Espinho e o Rio Caima.
Em Janeiro de 1895, os concessionários já tinham divulgado, através de prospectos, o programa que tinham planeado para a Linha; esta ligaria Espinho ao Caminho de Ferro de Viseu, passando por Vila da Feira, São João da Madeira, Oliveira de Azeméis, Sever do Vouga, Couto de Esteves, Oliveira de Frades e Vouzela. A primeira secção, de Espinho a Valle Maior, servindo as localidades de Paços de Brandão, São João de Ver, Vila da Feira, São João da Madeira, Couto de Cucujães, Oliveira de Azeméis, Macinhata do Vouga, Travanca, Branca e Carvalhal da Portela, teria cerca de 55 quilómetros de extensão, com um prazo de construção de cerca de 18 meses. A segunda secção, desde Valle Maior até Viseu, demoraria aproximadamente 2 anos para ser construída. Calculava-se que, para construir ambas as secções, realizar os estudos da segunda, e para outras despesas, como administração, seriam necessários 2:530.000$000 réis, dos quais 630:000$000 réis seriam lançados em acções pela Companhia, e o restantes 1:900.000$000 seriam obtidos em obrigações. Em 10 de Outubro do mesmo ano, foi revelado o projecto definitivo, com produzido sob a direcção do engenheiro Xavier Cordeiro , onde figurava o ramal entre Sever do Vouga e Aveiro. Devido ao relevo montanhoso, foram utilizados limites de 90 metros para as curvas, e de 25 milímetros para as rampas. Em 30 de Julho de 1896, o projecto da Linha foi estudado e homologado pelo Conselho Superior de Obras Públicas.
Nos finais do Século XIX, verificou-se um certo atraso no desenvolvimento dos caminhos de ferro em Portugal, situação que foi resolvida após a entrada de Manuel Francisco de Vargas para a pasta das Obras Públicas, Comércio e Indústria; com efeito, Manuel Vargas procurou reorganizar e definir a situação das concessões ferroviárias, tendo expedido os alvarás para vários importantes projectos ferroviários, como os das Linhas do Corgo e do Vouga.
Assim, dois alvarás, de 11 de Julho de 1889 e 23 de Maio de 1901, autorizaram o empresário Francisco Pereira Palha a construir e explorar, ou a formar uma empresa com esse fim, uma ligação ferroviária de via estreita entre Torredeita e Espinho, com um ramal para Aveiro em Sever do Vouga, durante um período de 99 anos. No primeiro diploma, emitido pelo Ministro das Obras Públicas, Eduardo José Coelho , não foi atribuída qualquer subvenção, nem garantias de juro, sendo totalmente da responsabilidade do concessionário a angariação dos recursos financeiros necessários. Para publicar este alvará, seria necessário um depósito de garantia no valor de 50 mil réis. Nesta altura, um dos maiores adversários à construção da Linha do Vouga era a Companhia Real dos Caminhos de Ferro Portugueses, devido ao traçado paralelo desta via férrea em relação à Linha do Norte no troço junto a Espinho. Para resolver este conflito, o então Ministro das Obras Públicas, Elvino José de Sousa Brito, inseriu, numa portaria de 11 de Maio de 1900 sobre um acordo com a Companhia Real acerca da Linha de Vendas Novas, uma cláusula onde compeliu a Companhia a desistir de quaisquer reclamações sobre a Linha do Vouga ou o Ramal de Aveiro.
Quando entrou em vigor a lei de 14 de Julho de 1899, que instituiu o fundo especial de caminhos de ferro, para subsidiar a construção de linhas complementares e a realização de obras e melhoramentos necessários , foi pedido que fosse aplicada à Linha do Vouga; este direito, foi, porém, negado, uma vez que a linha não tinha sido classificada como complementar à rede ferroviária dos Caminhos de Ferro do Estado. Esta decisão seria posteriormente revertida por Manuel Francisco de Vargas no segundo alvará, onde ficou estabelecido que a Linha receberia os benefícios referentes à 5.ª base da lei de 14 de Julho de 189924 , que se referia à cedência dos impostos de trânsito e selo durante 30 anos, e a isenção de impostos nas acções e obrigações durante o mesmo período; foi também aplicada a redução do depósito a 8 mil réis, como previa a lei de 1899.
Em Fevereiro de 1902, esperava-se que os trabalhos de construção da então denominada Linha do Valle do Vouga se iniciassem em Março do mesmo ano. A inclusão da Linha do Vouga na rede ferroviária nacional foi pedida pela autarquia de São Pedro do Sul, em representação da população, na sessão das Câmaras Legislativas de 1902-1903, realizada em 1903.26 Nesse ano, procurou-se obter uma garantia segura sobre os capitais, sem sucesso devido às objecções do novo Ministro das Obras Públicas, Alfredo de Vilas-Boas; ainda assim, este estadista defendeu a concessão de Fernando Palha, contra os vários pedidos que foram feitos, como o do deputado Francisco de Castro Mattoso, no sentido de a anular, uma vez que a construção não tinha chegado a ser iniciada.
Uma vez que os prazos constantes no alvará tinham por base a ratificação do projecto, Alfredo de Vilas-Boas aprovou-o, mas alterando o ponto de entroncamento do Ramal de Aveiro para Sernada do Vouga. A aprovação foi oficializada em 30 de Outubro de 1903 , tendo sido, no entanto, impostas várias condições, incluindo o estudo de uma variante junto a Viseu, e diversas modificações nas curvas, túneis, pontes e outras infra-estruturas.
Não obstante os apoios estatais, e a então previsível rendibilidade da Linha, Fernando Palha não logrou, apesar de várias tentativas, reunir os capitais necessários para a construção ; assim, em princípios de 1905, José Fernando de Sousa estudou, a pedido do engenheiro Carrasco Bossa, a possibilidade de substituir a vantagem atribuída anteriormente, sobre a cedência do produto dos impostos de trânsito e selo durante os primeiros 30 anos de exploração, pela atribuição da garantia do complemento de juro de 5 por cento. Com efeito, provou-se que, sem a garantia de juro, seria impossível iniciar a construção da Linha; por outro lado, este benefício iria reforçar a empresa no princípio da sua operação, possibilitando-lhe um estável desenvolvimento de tráfego, e, consequentemente, bons resultados de exploração.24 Além disso, não era aconselhável que este projecto fosse passado directamente para a responsabilidade do Estado, uma vez que já tinha nas suas mãos várias linhas, cuja construção teria de ser custeada com recurso ao crédito.
Baseado nas projecções de tráfego de mercadorias e passageiros, foi aplicado um rendimento de 2 mil réis por quilómetro. Este relatório foi bem aceite pelo sucessor de Vilas-Boas, Eduardo José Coelho, que incumbiu Fernando de Sousa de preparar a portaria de 15 de Abril, que autorizou o pedido para a concessão da garantia de juro, e ordenava a assinatura do contrato provisório, com o valor do depósito aumentado para 50 mil réis. O contrato provisório foi assinado em 25 de Abril de 19041 17 , tendo o capital por quilómetro sido aumentado para 20 mil réis.
No entanto, mesmo assim este projecto não teve seguimento, devido a vários problemas de cariz económico e técnico , tendo Frederico Pereira Palha trespassado, após ter sido autorizado a tal por um decreto de 17 de Março de 1906, a sua concessão para uma nova empresa, a Compagnie Française pour la Construction et Exploitation des Chemins de Fer à l'Étranger1 , com a razão social portuguesa de Companhia dos Caminhos de Ferro do Vale do Vouga. No entanto, os problemas políticos, nomeadamente a queda do governo de Hintze Ribeiro e a entrada do novo ministério de João Franco, atrasaram o processo, e só após várias intervenções da Companhia é que ambas as câmaras votaram e foi promulgada a lei de 20 de Dezembro de 1906, que homologou o contrato provisório de 1905. Entretanto, a Companhia dos Caminhos de Ferro Portugueses da Beira Alta tinha feito, nos dias 2 e 18 de Setembro de 1905, várias reclamações devido ao facto da linha projectada apresentar um traçado paralelo, a menos de 40 quilómetros de distância de uma parte da Linha da Beira Alta; estas acusações foram refutadas pelo acórdão de 30 de Julho de 1908 do Tribunal Arbitral.
O contrato definitivo com o Estado foi assinado em 5 de Fevereiro de 1907
Construção e inauguração
Em 20 de Setembro de 1907, foi aprovado o projecto para a futura Estação de Espinho-Vouga, tendo os trabalhos começado em finais desse ano; no entanto, só no ano seguinte é que os tipos de via, edifícios e outras obras de engenharia foram aprovados, por uma portaria de 2 de Janeiro. As obras prosseguiram com grandes dificuldades, tendo sido necessário construir um grande número de curvas devido ao relevo acidentado.
O primeiro troço, entre Espinho e Oliveira de Azeméis, foi inaugurado em 23 de Novembro e abriu à circulação no dia 21 de Dezembro de 1908; a cerimónia de inauguração teve a presença do Rei D. Manuel II. Nesta altura, já estavam adiantadas as obras do troço seguinte, até Albergaria-a-Velha.
O troço entre Ul e Albergaria-a-Velha, entrou ao serviço em 1 de Abril de 1909. No entanto, surgiram várias dificuldades, que resultaram em atrasos nas obras, tornando impossível cumprir as datas do contrato de 1905; assim, o Ministro do Fomento, Brito Camacho, concedeu, através de um decreto de 9 de Maio de 1911, uma prorrogação de dois anos para concluir a Linha do Vouga.
Em 8 de Setembro de 1911, abriu o troço entre Albergaria a Velha e Macinhata do Vouga e o Ramal de Aveiro. Nesta altura, foi rapidamente elaborado o projecto entre Sernada do Vouga e Viseu, com várias obras de arte importantes, como as de São Tiago e do Pego, com as quais se inaugurou, em Portugal, o uso de alvenaria aparelhada nas pontes e a adopção de vãos de grandes dimensões.
O troço de Sernada ao Rio Mau, com cerca de 4 km, entrou ao serviço em 5 de Maio de 1913 ; em 5 de Setembro do mesmo ano, abriu o troço Bodiosa-Viseu, e, em 4 de Novembro, foi aberto o troço de Rio Mau até Ribeiradio. Em 30 de Novembro, a Linha chegou até Vouzela, tendo sido concluída com a abertura do troço entre Vouzela e Bodiosa, em 5 de Fevereiro de 1914. Assim, o troço entre Sernada do Vouga e Viseu, com 79 km de comprimento, demorou cerca de 2 anos a ser construído , prazo semelhante àquele que os concessionários tinham previsto para a construção do troço entre Valmaior e Viseu, em 1895. Ainda assim, as obras sofreram constantes atrasos, devido à apresentação de várias variantes, e a demoras na aprovação dos projectos; por exemplo, foi necessário mais tempo para ratificar do projecto da Ponte do Poço de São Tiago, do que a construção daquela estrutura. No seu auge, a rede ferroviária do Vouga, incluindo o Ramal de Sernada do Vouga a Aveiro, atingiu cerca de 175 km.
Encerramento e reabertura da Linha do Vouga
Em 1972, o troço entre Sernada do Vouga e Viseu foi encerrado, devido alegadamente aos incêndios provocados pelas locomotivas a vapor; esta medida foi, no entanto, revertida pela Revolução de 25 de Abril de 1974 , tendo o troço sido reaberto em 1 de Junho de 1975, passando a utilizar apenas exclusivamente material motor a gasóleo.Com efeito, entraram ao serviço, nessa altura, algumas das automotoras da 9300 com os seus reboques. No início da Década de 1980, as restantes automotoras daquela série foram transferidas da Linha do Tua para as Linhas do Vouga, e, nos princípios dos anos 90, juntaram-se-lhes algumas automotoras da Série 9700, situação que perdurou até ao fim do serviço de ambas as séries, em 2001.
Em 1995, estavam a ser planeados serviços regulares de carácter turístico em várias linhas portuguesas, incluindo a do Vouga; nessa altura, a Estalagem da Pateira organizava viagens de comboio entre Aveiro e Macinhata do Vouga, com visita ao museu daquela estação.
Encerramento do troço entre Sernada do Vouga e Viseu
O troço entre Sernada do Vouga e Viseu foi encerrado em 1 de Janeiro de 1990.
Ao longo da parte actualmente desactivada, de Sernada do Vouga a Viseu, num total de 79,5 km, existiam nove estações, actualmente, apesar de já terem iniciado a recuperação de património, algumas ainda se encontram em ruínas ou mesmo desaparecidas, e dezassete apeadeiros, que se passam a discriminar:
Estações: Paradela, Ribeiradio, Pinheiro de Lafões, Oliveira de Frades, Vouzela, São Pedro do Sul, Bodiosa, Campo e Viseu.
Apeadeiros: Carvoeiro, Foz do Rio Mau, Poço de Santiago, Senhora de Lourosa, Cedrim, Arcozelo das Maias, Quintela, Santa Cruz, Nespereira do Vouga, São Vicente de Lafões, Termas de São Pedro do Sul, Fataunços, Real das Donas, Mocâmedes, Travanca de Bodiosa, Moselos e Abraveses.
Nesta linha encontram-se, ainda, várias obras de arte, entre elas, sete pontes e dezassete túneis.
As sete pontes são: Ponte metálica sobre o Rio Caima, Ponte do Poço de Santiago, Ponte dos Melos, Ponte de Pinheiro de Lafões, duas Pontes à entrada de Vouzela, Ponte nas Termas de São Pedro do Sul e Ponte em São Pedro do Sul.
A Ecopista do Vouga
A ecopista de Sever do Vouga resulta da parceria entre o Município de Sever do Vouga e a REFER para a reabilitação da antiga Linha Ferroviária do Vouga, entre Sernada do Vouga e Viseu, correspondente ao troço da antiga Linha do Vouga, hoje parte do Ramal de Viseu.
Com início no edifício da antiga estação da Paradela, a ecopista segue sempre paralela ao Rio Vouga e à Estrada Nacional 16 até pouco depois da Foz do Rio Mau, no Lugar da Foz. Este percurso de 6 km é efectuado em betuminoso pintado. Existe um outro trajecto de 3 km de ciclovia em terra batida que vai até ao Carvoeiro. Da mesma estação de Paradela até Cedrim, cerca de mais 6 kms, a ecopista já está implementada com um piso em betuminoso. A restante extensão da linha desactivada encontra-se em fase de estudo/desenvolvimento.
PARA A POSTERIDADE FICAM AQUI AS FOTOS :)
NA ESTAÇÃO DE COMBOIO DE VILA NOVA DE GAIA
NO INTERIOR DO COMBOIO RUMO A ESTARREJA
NA ESTAÇÃO DE ESTARREJA E PRONTO PARA SEGUIR VIAGEM JÁ COM A BATINA DEVIDAMENTE MONTADA :)
EM ALBERGARIA A NOVA AO ENTRAR PARA A NACIONAL N1
EM ESPINHO (SERNADA) PARA AS PRIMEIRAS FOTOS DA LINHA DO VOUGA. ESTA, A PARTE QUE AINDA ESTÁ ATIVA
A PRIMEIRA PASSAGEM SOBRE O RIO VOUGA. DESTA FEITA, EM MACINHATA DO VOUGA
O RAMAL DE AVEIRO QUE PERTENCE À LINHA DO VOUGA. A ÚNICA EM BITOLA MÉTRICA QUE AINDA ESTÁ ATIVA
AO CHEGAR A SERNADA DO VOUGA PELA PONTE RODO-FERROVIÁRIA DE SERNADA DO VOUGA E SOBRE O RIO VOUGA. TRATA-SE DE UMA PONTE COM UM TABULEIRO COM 173 MTS DE COMPRIMENTO, PERMITINDO O TRÁFEGO A AUTOMÓVEIS E A COMBOIOS. E LOGO A SEGUIR A ESTAÇÃO DE SERNADA DO VOUGA COM ALGUMA DEGRADAÇÃO À MISTURA
O VOUGUINHA QUE AINDA CONTINUA EM ATIVIDADE TRATA-SE DE UMA LOCOMOTIVA UDD SÉRIE 9630
A ESTAÇÃO, AS OFICINAS,A CASA DO PESSOAL, OS COMBOIOS, A LINHA E O...MONGE
AS VELHINHAS E DECADENTES AUTOMOTORAS ALLAN...QUE PENA É VÊ-LAS A DEGRADAREM-SE ASSIM TÃO TRISTEMENTE...ISTO É PARTE DA HISTÓRIA DA FERROVIA PORTUGUESA QUE SE PERDE...
E POR FIM PISANDO TERRENOS QUE OUTRORA FOI UMA LINHA FERROVIÁRIA...AQUI, A PONTE FERROVIÁRIA METÁLICA DO RIO CAIMA
NO CARVOEIRO, JUNTO À PLACA E AO LUGAR ONDE OUTRORA EXISTIA UM APEADEIRO...NESTE PONTO, PERDI CERCA DE 20 MINUTOS A TIRAR RODA (2X) E COLOCAR DUAS CÂMARAS DE AR ...
EM PLENA LINHA...
PASSANDO PELA ANTIGA PASSAGEM DE NÍVEL DO CARVOEIRO
POUCA TERRA...POUCA TERRA...POUCA TERRA...E LÁ VOU PELA LINHA E JÁ COM VISTA PARA O RIO VOUGA
NA FOZ DO RIO MAU, INICIA A ECOPISTA COM UM PISO BASTANTE BOM EM BETOMINOSO
À PASSAGEM PELO PRIMEIRO TÚNEL DO PERCURSO. ESTE É O TÚNEL DO RODÃO E TEM 29 MTS DE COMPRIMENTO
A LINHA CONTINUA E EU, ENTUSIASMADO E CHEIO DE "PICA" LÁ VOU PEDALANDO E ADMIRANDO A PAISAGEM E PENSANDO NA VIAGEM DO COMBOIO DO ANTIGAMENTE DE MUITAS PESSOAS
O VISLUMBRAR DA EXCELENTE INFRAESTRUTURA QUE É A PONTE FERROVIÁRIA DO POÇO DE SANTIAGO
CHEGADA À PONTE FERROVIÁRIA DO POÇO DE SANTIAGO. TRATA-SE DE UMA PONTE COM COM 165 MTS DE COMPRIMENTO, É IGUALMENTE A PONTE DE PEDRA MAIS ALTA DE PORTUGAL COM 28,5 MTS DE ALTURA. É COM A TRAVESSIA DESTA PONTE QUE A LINHA PASSA DA MARGEM DIREITA PARA A MARGEM ESQUERDA DO RIO VOUGA, AFASTANDO-SE DO MESMO ATÉ SE VOLTAREM A CRUZAR EM SÃO PEDRO DO SUL.
E PELA LINHA, LÁ VOU EU ADMIRANDO TUDO O QUE A RODEIA...A PREOCUPAÇÃO NO ENTANTO VAI-ME ENVOLVENDO UM POUCO POR CAUSA DE NÃO CONSEGUIR DAR MAIS AR À CÂMARA DE AR, O QUE FAZ COM QUE O PNEU ANDE UM POUCO BAIXO...
APROXIMAÇÃO DE PASSAGEM PELO TÚNEL DA CARVOEIRA. TEM 42 MTS DE COMPRIMENTO
NESTE PONTO E ATÉ PARADELA, A LINHA CRUZA UMA MAGNÍFICO BOSQUE
PASSAGEM PELO TÚNEL DO VALE DO CÔVO. TEM 16 MTS DE COMPRIMENTO
CONTINUANDO PELO INTERIOR DO BOSQUE, O SOL VAI ABRINDO E ASSIM, FICANDO UM DIA ESPETACULAR
A CHEGAR À ESTAÇÃO DE PARADELA AO KM 10,5 QUE ESTÁ TOTALMENTE REVITALIZADA E CONVERTIDA NUM EXCELENTE CAFÉ BAR E SERVIÇO DE RESTAURANTE. O ESPAÇO ESTÁ BEM CUIDADO E DÁ PARA TER A NOÇÃO DA AZÁFAMA QUE SERIA NO TEMPO DO COMBOIO AQUI PASSAR. POIS HAVIA MUITA INDUSTRIA NOMEADAMENTE A ANTIGA FÁBRICA DAS MASSAS ALIMENTARES VOUGA E DAS INDÚSTRIAS VOUGA
POUCA TERRA...POUCA TERRA...POUCA TERRA... E CONTINUO EU O MEU PÉRIPLO PELA BELEZA DA LINHA FÉRREA E SEU PASSADO
PASSANDO PELO TÚNEL DE BOUÇO PEDRA. TEM 60 MTS DE COMPRIMENTO E POR ISSO, É O TÚNEL MAIS COMPRIDO DA LINHA
O TEMPO CONTINUA BOM. A VIA NÃO SENDO AGORA DE TRAVESSAS, DE UM BETUMINOSO EXCELENTE QUE A COLOCA LINDA...EU, VOU PEDALANDO ALEGREMENTE E VIVAMENTE SEMPRE NA EXPECTATIVA DO QUE VAI SEMPRE APARECER DEPOIS DE UMA CURVA, DE CADA RETA...
PASSANDO POR MAIS UM TÚNEL. O DE ZABADINHO E TEM 32 MTS DE COMPRIDO
E LÁ VAI O MONGE PEREGRINANDO PELA LINHA
TÚNEL DA TAPADA VELHA. TEM 47 MTS DE COMPRIDO
CHEGANDO A CEDRIM
APEADEIRO DE CEDRIM. REMODELADO E BEM CUIDADO
DEIXO CEDRIM PARA TRÁS E CONTINUO A MINHA DEMANDA...AQUI E ALI VEJO ALGUÉM PELA LINHA. UM BOM DIA E UM OLÁ...RESPONDEM-ME SIMPATICAMENTE OLHANDO-ME MUITO ADMIRADOS
EM VALE D'ÁGUA ACABA O BETUMINOSO E TENHO PELA FRENTE A LINHA COMO SEMPRE FOI MAS, SEM CARRIS. SEGUINDO-SE O TÚNEL DO MORDOMO I COM 34 MTS DE COMPRIDO
PASSAGEM PELO TÚNEL DO MORDOMO II COM 45 MTS DE COMPRIDO
APEADEIRO DEGRADDO MAS EM RECUPERAÇÃO DE SRª DA LOUROSA AO KM 17,5
AINDA SÃO VISÍVEIS ALGUMAS TRAVESSAS NA LINHA...FORAM MUITO RARAS AS PEÇAS DA FERROVIA QUE VI AO LONGO DA LINHA...
EM RIBEIRADIO, NA FALHA DA LINHA HAVIA ESTA MARCAÇÃO PARA INDICAR A MESMA :) FOI E É MUITO ÚTIL
ESTAÇÃO DE RIBEIRADIO. ESTÁ FENOMENAL E MUITO BEM REMODELADA. SERVE ATUALMENTE DE SEDE E SALA DE ENSAIOS DA BANDA FILARMÓNICA LOCAL
À SAÍDA DE RIBEIRADIO, A LINHA ATRAVESSAVA A ESTRADA NACIONAL 16. DO OUTRO LADO, O QUE RESTA DA CASA DO GUARDA DA PASSAGEM DE NÍVEL
E A LINHA SEGUE O SEU CURSO NORMAL E EU LÁ VOU SOB ELA TODO SATISFEITO E ENCANTADO COM O QUE IA VENDO E CONHECENDO
EM ARCOZELO DAS MAIAS, O APEADEIRO ESTÁ IMPECAVELMENTE RESTAURADO. SERVE UMA ASSOCIAÇÃO LOCAL. NUM DOS SEUS ESPAÇOS ESTÁ A CARCAÇA RESTAURADA DE UMA ANTIGA LOCOMOTIVA A VAPOR
À PASSAGEM DE MAIS UM TÚNEL. NESTE CASO O TÚNEL DA PÓVOA DA URSA E TEM 28 MTS DE COMPRIMENTO. COMO NOS OUTROS TÚNEIS, O TECTO DOS MESMOS ESTÃO NEGROS DA FUMAÇA DAS LOCOMOTIVAS
À PASSAGEM PELA LOCALIDADE DE PÓVOA DE USSA...ALGUMAS CASAS MAS PESSOAS, NEM VÊ-LAS E VIA-SE QUE HAVIA GENTE, POIS AS PORTAS ESTAVAM ABERTAS E AS JANELAS A RECEBERAM O AR FRESCO E O SOL QUENTINHO
PASSANDO POR NESPEREIRA DO VOUGA. NESTA BELA LOCALIDADE O SEU APEADEIRO ESTÁ MUITO BEM TRATADO COMO SE PASSASSE AINDA O COMBOIO. É NESTE PONTO E DEPOIS DE TANTOS KMS JÁ PERCORRIDOS QUE ENCONTRO O PRIMEIRO SINAL DE " ATENÇÃO AOS COMBOIOS. PARE, ESCUTE, OLHE" MUITO BEM PINTADINHO DANDO UM AR DE VIDA
AO ENTRAR JÁ EM TERRITÓRIO DE PINHEIRO DE LAFÕES EM QUE DUAS PONTES FERROVIÁRIAS EXISTEM NUM CURTO ESPAÇO. A PRIMEIRA, É A PONTE FERROVIÁRIA DOS MELOS. TEM 127,95 MTS DE COMPRIMENTO
NO RECINTO DA IGREJA PAROQUIAL DE PINHEIRO DE LAFÕES. UM BONITO LUGAR.
A PONTE FERROVIÁRIA PINHEIRO DE LAFÕES. AINDA SÃO PERCETÍVEIS OS CARRIS DA LINHA...
EM PINHEIRO DE LAFÕES, FIZ UMA PARAGEM TÉCNICA PARA ABASTECIMENTO...
E MAIS UM TÚNEL. DESTA FEITA, O TÚNEL DOS OUTEIRAIS E TEM 25 NTS DE COMPRIDO
TÚNEL DA PORTELA COM 25 MTS DE COMPRIDO
ATRAVESSANDO OLIVEIRA DE FRADES...NESTA PACATA LOCALIDADE, A LINHA DESAPARECE POR COMPLETO COM O CRESCIMENTO DE PRÉDIOS E OUTRAS INFRAESTRUTURAS. A SUA ESTAÇÃO AINDA EXISTE. PASSEIE POR ELA MAS NÃO A VI :(...
SÃO VICENTE DE LAFÕES E O SEU APEADEIRO VELHO E SEM ALMA. É UMA ESTRUTURA SIMPLES MAS BEM BONITA MAS CARECE DE UMA RESTAURAÇÃO...
TÚNEL DE BATÔCO COM 41 MTS DE COMPRIDO
A CHEGAR A VOUZELA...AO LONGE A SUA PONTE FERROVIÁRIA (PONTE DO RIO ZELA) POSSUI UMA ENVERGADURA DE RESPEITO
TÚNEL DO MONTE CAVALO II. TEM 33 MTS DE COMPRIDO
PONTE FERROVIÁRIA DE VOUZELA COM 45 MTS DE COMPRIMENTO
A ENTRAR EM VOUZELA
PONTÃO EM TRAVESSAS DE MADEIRA SOBRE A ESTRUTURA METÁLICA
A PONTE FERROVIÁRIA SOBRE O RIO ZELA. DATADA DE 1913, POSSUI 15 ARCOS EM ALVENARIA E ESTÁ CONSTRUÍDA SOBRE O RIO ZELA. TEM 220 MTS DE COMPRIMENTO ESTA PONTE É UM EXLÍBRIS DE VOUZELA. UMA VILA MUITO ACONCHEGANTE E MUITO BONITA E MODERNIZADA
NUMA DAS EXTREMIDADES DA PONTE, ENCONTRA-SE RESTAURADA UMA LOCOMOTIVA A VAPOR. NESTE CASO A E202. AQUI PAREI UM POUCO PARA UMAS FOTOS E ADMIRA-LA DE PONTA A PONTA. É MUITO BONITA E ESTÁ MUITO BEM CUIDADA. FABULOSO.
DEPOIS DE VOUZELA, MAIS UM TÚNEL. O DE LAMAS COM 25 MTS DE COMPRIDO
A CHEGADA A TERMAS DE SÃO PEDRO DO SUL E NOMEADAMENTE Á SUA ESTAÇÃO ao km 45,5 FAZ-SE POR UMA ENTRADINHA SUPER PEQUENA. POIS NESTE LOCAL A LINHA FOI DESTRUIDA.
ESTAÇÃO ESTÁ FECHADA À ESPERA DE UMA REABILITAÇÃO MAS PELO ASPETO...NÃO PARECE QUE VÁ ACONTECER. É NOSTÁLGICO OLHAR PARA ESTE EDIFÍCIO E PENSAR NO QUE ELE FOI NO PASSADO. TINHA PLANEADO DORMIR AQUI EM TERMAS DE SÃO PEDRO DO SUL MAS, AINDA É CEDO E RESOLVO SEGUIR ATÉ VISEU.
PASSAGEM PELA PONTE FERROVIÁRIA DAS TERMAS DE SÃO PEDRO DO SUL SOBRE O RIO VOUGA
AO ENTRAR NAQUILO QUE OUTRORA FOI A ESTAÇÃO DE SÃO PEDRO DO SUL...TODO ESTE ESPAÇO ESTÁ ALGO TRISTE E SEM VIDA E SÓ O EDIFÍCIO DA ESTAÇÃO SE SAFA AO ESTAR RESTAURADO E CONVERTIDO NUM BAR...NOTA-SE QUE FOI OUTRORA UM CENTRO COM MUITO TRÁFEGO DE PESSOAS E MERCADORIAS.
PONTE FERROVIÁRIA DO PEGO COM 112 MTS DE COMPRIDO
O RIO VOUGA
EM NEGRELOS, MAIS UNS UTENSILIOS RECUPERADOS E A EMBELEZAR A ROTUNDA... AVIVA A MEMÓRIA DAS PESSOAS E NÃO DEIXA MORRER O PASSADO
MAIS UMA AMOSTRA DO PASSADO QUE AINDA VAI PERDURANDO...
SÃO PEDRO DO SUL AO FUNDO...LÁ LONGE E A FICAR PARA TRÁS...
POUCA TERRA...POUCA TERRA...POUCA TERRA QUE JÁ COMEÇA A CHEIRAR À TERRAS DE VISEU
EM REAL DAS DONAS...O APEADEIRO DESAPARECEU E SÓ A PLACA DE IDENTIFICAÇÃO DO MESMO SE SALVOU
A PARTIR DESTE MOMENTO CHEGARIA A MOÇÂMEDES E O TEMPO MUDOU DRASTICAMENTE E A NOITE COMEÇOU A CAIR DE FORMA MAIS RÁPIDA...TIVE POR ISSO QUE TOMAR A DIFÍCIL OPÇÃO DE SEGUIR O RESTO DO TRAJETO POR ESTRADA ATÉ VISEU.
DEPOIS DE ENTRAR EM VISEU, FOI SÓ PROCURAR A POUSADA DA JUVENTUDE E DEPOIS, DESCANSAR PARA O DIA SEGUINTE :)
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